terça-feira, agosto 16, 2005

Agosto

Estamos, mais uma vez, a meio do mês de Agosto. Mês conhecido por ter imensos veraneantes, na Figueira muito vento (este ano nem está mau), e o mês de termos cá os nossos emigrantes a passar férias com a sua família. Até aqui, tudo bem.

Agora, quando se fala daqueles emigrantes, que vêm passar férias para transparecer a riqueza que estão a tentar amealhar no estrangeiro e que aparecem com aquela velha máxima de que isto aqui está tudo muito atrasado, e que vida é a que têm nos respectivos países onde trabalham, isso é que já chateia um pouco.

Chateia tanto ou tão pouco, que ainda falta meio mês e eu posso dizer que já estou farto daqueles carros (grandes máquinas que, por vezes ostentam os autocolantes das empresas que os alugam por um mês) de matrícula amarela, que normalmente apresentam umas jantes 19", duas bofadeiras na rectaguarda e 4 sub-woofers no porta bagagens para dar música aos vizinhos, daí, trazerem as malas no tejadilho. Depois, não têm unhas para o carro, mas isso não importa.

Também é extremamente bonito ouvirmos na praia ou na esplanada de um café:

- Michelle tu va tomber... eu não te disse que ias cair?!?
- Jean Pierre vien aqui... tu va tirar une foto a nós pour dar a tu cousin.

E claro, não podemos esquecer o excelente balá balá (mistura de vá lá, com voulá), ou a velhinha "casa tipo maison com janelas á la fenêtre".

Talvez, devesse ir a discussão na Assembleia da República o criar um novo idioma em Portugal, para utilizar só no mês de Agosto, e também , por precaução, fechar algumas estradas no país durante o referido mês para serem utilizadas só pelas grandes máquinas dos emigrantes.

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